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Coleção "Flor do Cerrado" - Tingui - Magonia pubescens
A. St. Hil. - Sapindaceae - Também conhecida por "cuitê, mata-peixe,
pau-de-tingui, timbó, timbó-do-cerrado, timpopeba, tingui-açu, tingui-capeta,
tingui-de-cola" - A fotografia foi batida em casa dia 14.10.2007. (O fruto foi
colhido em 19.07.2007, na Fazenda 23 de Março - Aquidauana-MS.)
Árvore sem exsudação ao se destacar a folha. Copa com ramos
terminais pilosos e acinzentados ou castanhos. Troncos com
diâmetros de até 39 cm; ritidoma de cor cinza ou amarelada, áspero, com depressões
pequena e irregulares. Folhas compostas; imparipinadas; alternas, espiraladas;
com 5 a 11 folíolos alternos ou opostos; elípticos ou oblongos; de até
10 cm de comprimento e 5 cm de largura; ápices retusos ou obtusos e bases
obtusas;margens inteiras; nervação broquidódroma, nervuras primárias salientes
em ambas as faces; pecíolos de até 5 cm de comprimento, peciólulos curtos ou folíolos sésseis;
raque termina em projeção além da inserção do último folíolo, semelhante a um
folíolo abortado; sem estípulas; folíolos coriáceos; discolores; pilosos na face inferior.
Flores de até 2 cm de diâmetro, com cinco pétalas livres, de cor esverdeada.
Frutos de até 10 cm de diâmetro; lenhosos; deiscentes, de cor marrom.
Sementes de até 8 cm de diâmetro, aladas; de cor castanha; muitas por fruto.
Habitat e distribuição - ocorre nos solos mais ricos no cerrado sentido
restrito, cerradão mesotrófico e matas secas, no Distrito Federal e nos estados:
Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
Pará, Piaui, São Paulo e Tocantins. Em levantamentos fitossociológicos em Paraopeba-MG a
densidade desta espécie foi de 56 indivíduos/ha. Em estudos de relação planta/solo,
foi considerada exigente quanto à fertilidade do solo, principalmente em
relação ao K, Ca e Mg, sendo, portando, indicadora de solos de maior fertilidade
(Silva Júnior et al., 1987).
Fenologia e reprodução -
árvore decídua; folhação: julho a setembro; floração:
julho a setembro, com flores masculinas e femininas; polinização: abelhas;
frutificação: agosto a novembro (Nota da HP: No Mato Grosso do Sul,
pelo menos na "safra" de 2007, pode-se observar que a frutificação ocorre antes
(veja as fotos 2704 a 2704c), eis que a 10 de outubro, data da fotografia acima,
como se percebe, o fruto já atingira o seu tamanho definitivo e, como
se verá nas fotos 2704d a 2704n, a 14 de outubro
já estava liberando as sementes, naturalmente, em condições diversas das da natureza,
considerando que durante todo o período após a colheita os dois frutos colhidos
não ficaram expostos às intempéries, como seria normal. Durante esse tempo, eles ficaram
num lugar seco e fresco.);
germinação: taxa de até 96%, logo após a coleta;
propagação: pode também ser multiplicada or estacas de galhos e raízes.
Usos - árvore melífera. Frutos e sementes usados no artesanato.
Madeira com densidade de 0,84g/cm3. Árvore tóxica para peixes e mamíferos.
||| Na
medicina popular, as sementes servem para úlceras, a casca para feridas
e as raízes para os nervos. A cinza e as sementes servem para fabricar sabão. A resina
da casca é tida como inseticida e usada contra piolhos. Em Veterinária, a
infusão da casca é usada para curar úlceras de cavalos, originadas por
picadas de insetos (Corrêa, 1979b). Essa infusão libera uma toxina utilizada para
tinguijar (intoxicar) e capturar os peixes, usados na alimentação (Lima, 1977).
Etimologia - Magonia: nome brasileiro para a planta. Pubescens:
em referência aos folíolos pilosos. Tingui: do tupi tingyia, que embriaga
peixes.
Bibliografia: 1 -
SILVA JUNIOR, Manoel Cláudio da - 100 Árvores do Cerrado: Guia de
Campo, Brasília, 2005, pág. 244.
2 - Almeida, Semíramis Pedrosa de; Proença, Carolyn Elinore B.;
Sano, Sueli Matiko; Ribeiro, José Felipe - Cerrado: espécies vegetais úteis. Planaltina: EMBRAPA-CPAC, 1998;
págs. 231 a 234.
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