Flores do Cerrado

Coleção "Flor do Cerrado" - Luehea paniculata Mart. - Açoita-cavalo, envireira-campo, estriveira, ivitinga, papeá-guaçu, caaueti, mutamba-preta, ivantiji, ubatinga, vatinga. Da família das tiliáceas. A árvore adulta chega a 11 m de altura, com um diâmetro de até 50 cm. A madeira serve para constuir canga de bois, segundo o senhor Geraldo Manuel da Silva, a mesma pessoa que me informou o nome da planta. Além dessa serventia, a madeira presta-se à construção de móveis. Fotografia batida no KM 44,5 da Rodovia MS 080, dia 19.05.2004.
Árvore hermafrodita, albo ou lúteo-pubescente, salvo, às vezes, a face ventral das folhas, corola, androceu e sementes glabras. Folhas alternas, simples, pecioladas, com estípulas caducas; limbo oblongo, oval ou oblongo-obovoal, cartáceo; ápice abruptamente acuminado a arredondado; base geralmente um tanto desigual, subcordada; margens denteadas; nervação sulcada e pouco visível na face ventral, bastante elevada na face dorsal até as de terceira ordem; nervuras medianas 3, palmadas; nervuras secundárias curvas, ascendentes; pecíolo com 5 a 12 cm de comprimento. Inflorescência cimeira paniculiforme, terminal ou axilar, caduco-bracteada, longo-pedunculada, com até 50 flores. Flores com cerca de 2 cm de comprimento, actinomorfas, pediceladas; calículo com cerca de 10 brácteas livres; cálice com 5 lobos ovais, imbricados; corola alva ou rósea, com 5 pétalas sub-rômbicas; estames muitos, poliadelfos; filetes soldados na base em grupos de 3 a 5, coalescidos às pétalas; estaminódios presentes nos verticilos mais externos; anteras rimosas, oblongas, com as tecas divergentes no ápice; ovário súpero, pentágono-túrgido, pentalocular, com muitos óvulos axilares; estilete 1, colunar; estigma 1, obscuramente 5-lobado. Fruto cápsula loculicida, não completamente deiscente, com cerca de 2,5 cm, elipsóide de ápice agudo; sementes muitas, pequenas, elípticas, aladas; ala marginal, diáfana; núcleo seminífero basal, castanho.
Habitat e distribuição - Mata Seca e Cerradão no Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Piauí, São Paulo e Tocantins.
Floração de junho a setembro, às vezes, prolonglando-se até outubro ou, esporadicamente, em outras épocas do ano.
Uso É árvore ornamental, sendo excelente para arborização de ruas (Heringer, 1947; Pereira, 1982a). O nome açoita-cavalo advém da flexibilidade dos galhos e do seu uso como chicote para animais (Corrêa, 1926). É considerada melífera, uma vez que as flores são procuradas pelas abelhas (Heringer, 1947; Brandão & Ferreira, 1991). a madeira, com manchas escuras, é leve, resistente, elástica, difícil de rachar, sendo própria para peças encurvadas, hélice de avião, coronhas de armas de fogo, formas de sapato, cadeiras, escovas, selas, cangalhas e é ainda indicada para móveis e construções internas (Siqueira, 1981). Também para a construão de cangas.A casca, contendo tanino, é adstringente e usada em curtume. Também produz fibra e por processo de cocção, dela se extrai tinta nas cores ganga e parda utilizada na tintura de fios de algodão pelo tecelões da região (Mirandola Filho & Mirandola, 1991). Na medicina popular, as folhas são usadas contra disenteria, leucorréia, reumatismo, blenorragia, hemorragia e tumores. A infusão das flores é usada contra bronquite, e a raiz é depurativa (Corrêa, 1926).
A germinação ocorre aos sete dias após a semeadura (Heringer, 1947). Foto: Indalus


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